sábado, 14 de dezembro de 2013

MISSÕES: PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

Em comemoração aos 30 anos da declaração do Sítio de São Miguel Arcanjo como Patrimônio da Humanidade, a Secretaria do Turismo (Setur/RS) promoveu o Seminário Internacional Missões - Patrimônio da Humanidade: turismo cultural e preservação, nos dias 12 e 13 de dezembro, em São Miguel das Missões. A atividade ocorreu em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Prefeitura do Município.
O Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo abriga parte da antiga redução Jesuítica-Guarani de São Miguel Arcanjo, fundada por volta de 1687, e o Museu das Missões, inaugurado em 1940. A elevação à Patrimônio da Humanidade reconheceu o valor histórico do local, que também completa 75 anos de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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De acordo com a secretária do Turismo, Abgail Pereira, o sítio é parte importante da história do Rio Grande do Sul e, como tal, deve ser valorizado. “Estamos investindo nas Missões com o objetivo de atrair ainda mais turistas às ruínas. Entre as ações que estamos realizando com esse intuito, além da realização deste seminário, foi firmado um convênio com a Associação Amigos das Missões onde a Setur repassou R$ 185 mil para a aquisição de áudio guias em sete idiomas para o espetáculo Som e Luz, além de uma versão infantil em português, espanhol e guarani e uma em libras para auxiliar os deficientes auditivos”, disse.


Abgail destacou ainda que a Setur faz está inserida em um projeto do PAC das Cidades Históricas, do Ministério do Turismo (Mtur), que prevê a construção de um Centro Cultural das Missões, onde haverá um local diferenciado para receber os turistas.

O seminário internacional Missões - Patrimônio da Humanidade: turismo cultural e preservação foram realizados no Hotel Park Tenondé.
E-mail parque.missoes@iphan.gov.br -  telefone (55) 3381-1399.
12 de dezembro - Quinta-feira


8 h 30 min - Abertura oficial com a presença da secretária do Turismo, Abgail Pereira

9 h 30 min – Painel História e Arqueologia nas Missões, com Arno Kern, PUC – Arqueologia histórica nas missões jesuíticas coloniais platinas, Eduardo Neumann, UFRGS – A escrita indígena nas reduções do Paraguai (séculos XVII e XVIII), Walmir Pereira, Unisinos – Patrimônio Cultural da Humanidade e os guarani Mbya.
Moderação: Ronaldo Colvero, Diretor Uni Pampa – Campus São Borja.

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ARNO ALVAREZ KERN.

Nasceu em 5 de maio de 1940, em Santo Ângelo. Aos sete anos, acompanhando a família, fixou-se em Porto Alegre, onde completou a educação fundamental. Licenciou-se em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1969. Concluiu mestrado em História na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em 1979, e doutorado em Arqueologia na École de Hautes Études en Sciences Sociales (Ehess), Paris, em 1981. Também fez dois pós-doutorados pela Ehess em 1996 e 1997.


Seu livro Missões: Uma Utopia Política foi publicada em 1982 pela editora Mercado Aberto. A edição está esgotada. Este ano, que marca o 30º aniversário de publicação do livro, o autor prepara uma segunda edição revista e aumentada. Professor aposentado da UFRGS, atualmente é professor do  programa de Pós-graduação em História da PUCRS. Especialista internacionalmente reconhecido em história das missões jesuíticas na região oeste do Rio Grande do Sul, é também autor de Utopias e Missões Jesuíticas (Editora da UFRGS, 1994) e Antecedentes Indígenas (Editora da UFRGS, 1994).

Zero Hora – ONDE O SENHOR NASCEU E CRESCEU? COMO E ONDE FOI SUA EDUCAÇÃO?

ARNO KERN – Ao dizer onde nasci você vai entender melhor por que faço pesquisa sobre Missões. Nasci em Santo Ângelo. Sou missioneiro, nasci na última redução fundada pelos jesuítas na região das Missões. Desde pequeno, ouvia lendas do subterrâneo e dos tesouros enterrados. Era comum, na sociedade missioneira, ir passar os finais de semana nas ruínas, fazer churrascos. Essa ligação com o passado missioneiro eu trouxe comigo quando vim para Porto Alegre. Na hora de escolher um tema para a dissertação de mestrado, feito também em Porto Alegre, me dei conta de que havia, no ambiente intelectual da época, uma série de controvérsias em relação ao tema. Para um autor, as Missões eram um sistema comunista antes de Marx. Outros diziam que era uma república de cristãos primitivos, como a Igreja cristã no início da história do cristianismo. Outros, em um viés um pouco mais rígido dentro do marxismo, achavam que era um socialismo missioneiro, modo de produção novo e original na história. Na realidade, ninguém conceituava nada. Algumas dessas abordagens implicavam dizer que os guaranis, porque não tinham propriedade privada, eram comunistas. Ora, os guaranis eram homens pré-históricos e os homens pré-históricos não tinham propriedade privada. Os jesuítas também seriam comunistas. Esquecia-se que todas as ordens religiosas fazem voto de pobreza e nem por isso se tornam comunistas. Isso dá uma ideia do tipo de controvérsia e de falta de clareza que havia. Em minha opinião, as Missões eram importantes por outros motivos. Em primeiro lugar, ficavam em uma dupla fronteira. Primeiro, uma fronteira entre Portugal e Espanha. Duas frentes de colonização se chocavam aqui, em um atrito bastante sério, e as Missões estavam exatamente no limiar entre esses dois grandes impérios coloniais. Segundo, as Missões se situavam em uma fronteira que me parecia evidente, mas da qual os historiadores da época não se davam conta: aquela entre a pré-história e a história. Existiam apenas 60 missionários nos povoados, com 150 mil guaranis recém-saídos da pré-história. Ao deixar suas aldeias, onde eram aldeões horticultores neolíticos – era o que eles eram, para não dizer que eram também canibais –, esses guaranis carregavam sua cultura para os povoados missioneiros.

ZH – AS MISSÕES FORAM PARTE DO PROJETO COLONIAL TANTO DE PORTUGAL COMO DA ESPANHA?

KERN – Portugal e Espanha usaram muito o sistema que Montoya (Antônio Ruiz de Montoya, jesuíta peruano, 1585 – 1652) chamou de “guerra espiritual”. Não foi uma campanha militar para conquista de território, a não ser bem no início. Era muito mais barato mandar um missionário com uma cruz na mão, um rosário, uma gravura de um santo e uma Bíblia. Você pegava indígenas loucos para ter acesso à tecnologia do branco, como o metal, e eles iam pouco a pouco se inserindo na sociedade portuguesa ou espanhola. Havia missionários jesuítas na Argentina, no Paraguai, no Rio Grande do Sul e em todo o resto do Brasil, mas também na Bolívia. Havia missões jesuíticas na região amazônica. O próprio Vieira (Antonio Vieira, jesuíta português, 1608 – 1697) andou pelas missões no Maranhão. Essas missões faziam a inserção dos grupos indígenas nos povoados espanhóis e portugueses. Essa fímbria entre a civilização que chegava e o mundo pré-histórico que havia prevalecido na América era muito delicada. É uma situação bem interessante do ponto de vista histórico. Na época em que comecei a pesquisar, o importante não era tanto escolher um tema para discorrer, mas encontrar um problema científico relevante na história. Ao me voltar para o tema das Missões, não só eu tinha esse problema, que ninguém havia resolvido convenientemente, como podia acrescentar um século a mais na história do Rio Grande do Sul. Todas as histórias do Estado naquela época, a maioria escrita por padres, generais, médicos, começavam com a fundação de Rio Grande, no século 18. Com o período missioneiro, ia-se ao século 17. E, se considerarmos que os guaranis chegaram aqui há 1,4 mil anos, acrescentava-se uma boa parte de pré-história a esse intervalo.

ZH – OS MISSIONÁRIOS TINHAM UM PLANO DETERMINADO SOBRE COMO REALIZAR SEU TRABALHO OU ATUAVAM DE IMPROVISO?

KERN – Os jesuítas queriam que esses guaranis se transformassem em cristãos e fossem reduzidos, como eles diziam, à vida política. Era preciso que se reunissem em um povoado, onde seriam homens politizados, distantes do nomadismo pré-histórico. Nesse ponto, os jesuítas são muito pragmáticos. Eles partem da concepção, baseada na filosofia grega de Platão e Aristóteles, de que é preciso reduzir o indivíduo à vida na cidade, torná-lo um cidadão. Depois de civilizado, esse indivíduo será cristianizado. O problema era bastante complicado. Era preciso convencer diversos caciques, com seus vassalos, a fundar uma cidadezinha, um “pueblo de indios”, como é dito na documentação espanhola. Isso implicava arregaçar as mangas, se é que as tinham, e fazer um trabalho hercúleo: instalar uma praça central, fazer ruas, construir uma igreja no fundo da praça. Seria preciso organizar a instalação desses grupos indígenas nesse espaço. A herança indígena, porém, é muito forte e vai pesar na formação do povoado missioneiro. A plaza Mayor, típica da cidade espanhola, era uma herança da ágora grega e do fórum romano. As ruas se cortavam em ângulo reto, uma característica que vem do mundo grego. Mas não havia quarteirões de casas, como nas cidades europeias. As casas eram típicas ocas indígenas amazônicas, onde os caciques viviam com seus vassalos. Não havia funcionários do rei, somente padres. Junto à igreja, cria-se um conjunto com cemitério, claustro, pátio dos artífices e quinta. Existem 2 mil exemplares desse tipo de construção na Europa: são os mosteiros medievais. Primeiro, os dos beneditinos, depois cluniacenses, franciscanos, dominicanos. A última, fundada na Renascença, foi a dos jesuítas alunos de Erasmo de Roterdã. Eles implantaram um modelo que funcionou em toda a Europa para a catequização em territórios pagãos.

ZH – QUAL FOI O IMPACTO DA SUA PESQUISA NA MANEIRA COMO O ELEMENTO INDÍGENA É VISTO NA HISTÓRIA RIO-GRANDENSE?

KERN – Quando eu cursava a universidade, houve comemorações de diversas efemérides de imigração: alemã, italiana. Faltava um personagem em nossa história, que era muito malvisto. Era menosprezado como desimportante, em pequeno número e sem contribuição relevante. Havia um autor da época que falava mesmo em “viveiro guarani”. Ora, viveiro remete a animais, não gente. Por outro lado, o processo de colonização vai levar ao povoamento da região. Os jesuítas não queriam escravos. Como não havia muros nem portas de entrada, todos podiam entrar e sair do povoado quando quisessem. Os índios eram atraídos com peças de metal. ROQUE GONZÁLEZ (jesuíta paraguaio, 1576 – 1628) tinha uma frase muito engraçada: ele dizia que, com uma lâmina de machado dada a um cacique, se ganhava as “almas” dos índios – como se fossem as almas dos índios que eles estivessem ganhando. Os índios não sabiam bem para que servia aquilo, mas sabiam que era importante, pois poderiam derrubar uma floresta com mais facilidade do que se usassem seus machados neolíticos. Muitos anos antes das Missões, o conquistador espanhol Solís (Juan Díaz de Solís, descobridor do Rio da Prata) recebeu uma homenagem muito grande dos guaranis. Como ele chegou mostrando que era um poderoso feiticeiro, capaz de levar uma ilha de um lado para outro – os índios imaginavam que as caravelas eram ilhas –, os guaranis o receberam em terra e o comeram em um ritual de canibalismo para incorporar os poderes daquele xamã. Não sei se Solís entendeu bem a homenagem que estava recebendo. (Risos.) Assim, o indígena entra na história e dá uma contribuição muito grande ao processo de colonização. Os missionários sobreviveram graças à alimentação indígena – o milho, a mandioca. Havia superávit de alimentos, e isso salvou os europeus nas povoações. O problema não era a agricultura, e sim a caça: para caçar, os índios tinham de migrar e voltavam a ter hábitos “pagãos”, na expressão dos jesuítas. Nesse momento, introduz-se o rebanho de gado.

ZH – OS JESUÍTAS PODIAM ATRAIR OS ÍNDIOS COM PRESENTES, MAS COMO CONSEGUIAM CONVENCÊ-LOS A PERMANECER NO POVOADO?

KERN – Uma das coisas que os jesuítas fazem é dizer aos índios: vocês estão aí lutando contra a conquista portuguesa e espanhola, têm de enfrentar os bandeirantes e nós lhes oferecemos armas de fogo. Mais de 800 armas de fogo foram introduzidas nas Missões pelos jesuítas, os índios passaram a se exercitar no manejo dessas armas e foi graças à criação de uma milícia guarani que a Espanha deixou de perder territórios. O resultado disso é que, nos povoados missioneiros, guaranis foram armados para defender a fronteira espanhola. Armados, esses guaranis não seriam escravizados nem pelo português nem pelo espanhol. Há um grande compromisso de parte a parte, e se a letra do contrato não for cumprida, rompe-se a relação. Seria impossível que os 60 jesuítas radicados nas Missões prendessem dezenas de milhares de guaranis. Os índios dariam risada e pagariam com a própria vida para evitar que isso ocorresse.

ZH – EM QUE MOMENTO AS ARMAS SÃO INTRODUZIDAS?

KERN – Em um primeiro momento, eles tentam fazer paliçadas para se defender, mas não conseguem deter os bandeirantes que avançam até o Rio Grande do Sul. A certa altura, um ouvidor da Coroa espanhola decide que a solicitação de armas feita pelos jesuítas estava correta e autoriza o armamento dos índios. No momento em que as armas são entregues, trava-se no Uruguai a Batalha de Mbororé (1641), na qual os bandeirantes – na realidade, cerca de 500 paulistas e mil índios tupis – são derrotados por pouco mais de 3 mil guaranis. Mas foi uma batalha de três dias. Nessa primeira etapa, começa a ocorrer o armamento indígena. A Espanha percebe que vai perder todos os territórios ao sul do Brasil. Se fossem contabilizados todos os espanhóis da região, incluindo ASSUNÇÃO E BUENOS AIRES, não havia mais de 500 soldados. Se uma bandeira vinha com quase 1,5 mil homens, não havia tropa espanhola que pudesse detê-la. Então, esse é a razão pela qual o armamento indígena é vital. E, se é assim, não há como escravizar esses índios, por mais que Assunção e Buenos Aires vejam esses indígenas como mão de obra escrava potencial. No entanto, pelo menos até o final da experiência missioneira, isso não foi possível. Muitos historiadores dizem que, afinal, os jesuítas conseguiram isso. Sim, mas conseguiram porque havia uma guerra na fronteira. Se não fosse assim, talvez eles não conseguissem de Espanha essa concessão imensa de armar os guaranis e colocá-los em serviço nas batalhas. Portugal fez isso uma vez, para combater a invasão holandesa no Nordeste. Os índios foram armados e, assim que os holandeses foram expulsos, desarmados.

ZH – COMO OCORRE O DESAPARECIMENTO DA EXPERIÊNCIA MISSIONEIRA?

KERN – A Guerra Guaranítica (conflito de 1750 a 1756, que opôs Espanha e Portugal, de um lado, e os Sete Povos rebelados da margem esquerda do Rio Uruguai, de outro, tendo os últimos rejeitados os termos do Tratado de Madri e se recusado a aceitar o domínio português) abate o moral dos indígenas, mas não provoca o desaparecimento de nada. Os portugueses tentam incendiar São Miguel, mas não conseguem. Se tu olhares atrás do altar-mor das ruínas da Catedral de São Miguel, há pedras estouradas pelo calor do fogo. A vida continua durante um tempo, mas a Companhia de Jesus, a certa altura, é expulsa por razões relacionadas à política na metrópole. No lugar deles, são enviados franciscanos ou administradores do Estado para ocupar seus lugares. Quando os jesuítas vão embora, os guaranis entendem que seus XAMÃS os estão abandonando e começam a deixar os povoados. Nesse momento, gradualmente, começa a degradação dos povoados. Cada viajante do século 19 que passa pelos Sete Povos conta uma história pior: a Igreja era muito bonita, mas não existe mais, há apenas algumas centenas de índios morando lá. É uma lenta degradação que ocorre de forma contínua até dar lugar à ruína de hoje. O espírito coletivo desaparece. Os guaranis saíram dos povoados e foi para as cidades espanholas e portuguesas oferecer sua força de trabalho. Sabiam trabalhar o couro, o metal, fazer ladrilhos cerâmicos e telhas. Tinham aprendido isso no pátio dos artífices das missões e fazem o trabalho artesanal que os espanhóis não quiseram fazer, porque tinham vindo para cá enriquecer e não para trabalhar.

ZH – NÃO FORAM APENAS PARA AS CIDADES, MAS PARA AS ESTÂNCIAS.

KERN – Com certeza. Já havia estâncias missioneiras quando os portugueses e espanhóis tomaram conta daquela região. Esses índios vão dar origem ao homem campeiro, ao gaúcho. Até hoje, quando um gaúcho encontra outro, dá um tapa no ombro e diz: “Índio velho”. Isso é extremamente amigável e gentil, não é nenhuma ofensa. Eles se reconhecem pela cara. Eles estão aí sempre, nunca desapareceram. Apenas mudaram de nome.


2º PALESTRANTE:
EDUARDO SANTOS NEUMANN  DOUTOR - UFRJ / HISTÓRIA SOCIAL –



ALFABETIZAÇÃO, NAS REDUÇÕES JESUÍTICAS-GUARANIS E A APROPRIAÇÃO DA ESCRITA PELOS INDÍGENAS.



É Historiador e professor do departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É mestre em História pelo Programa de Pós Graduação em História (UFRGS), período no qual foi contemplado com uma bolsa de estudos do Instituto de Cooperação Ibero-americana (Espanha) para a realização de pesquisa em arquivos. É doutor em História Social pelo Programa de Pós Graduação em História Social/ UFRJ (2005),realizando pesquisa na Espanha com bolsa "sanduíche" (2003/2004). Temas de investigação: história social da escrita, história da América espanhola e história indígena. Desenvolve suas pesquisas no âmbito da história da América colonial, privilegiando a sociedade rio-platense e sua condição de fronteira. Atualmente investiga as práticas letradas no rio da Prata, especialmente o impacto da alfabetização nas reduções jesuítico-guaranis e a apropriação da escrita pelos indígenas.

PALESTRA PROFERIDA DIA 12 DE DEZEMBRO DE 2013-
SEMINÁRIO INTERNACIONAL MISSÕES - PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE!!!

A palestra analisou os usos; funções e práticas da escrita indígena nas reduções do Paraguai nos séculos XVII e XVIII. A pesquisa visa demonstrar o valor conferido à escrita, pelos Guaranis, como uma adesão às regras do jogo político e às estratégias de negociação; através do domínio dos códigos escritos. Os documentos redigidos em guarani e; posteriormente; em espanhol; possibilitam examinar a difusão da escrita nas reduções. A instrução letrada; indissociável da catequese promovida nas reduções proporcionou aos índios missioneiros as condições para produzirem novas formas de expressão. Através das atividades religiosas e administrativas; houve um convívio com as práticas letradas que produziram efeitos sobre toda coletividade. A alfabetização nas reduções esteve limitada aos índios mais aptos ou de maior confiança dos missionários; ou seja; àqueles que integravam a “elite missioneira. O que se propõe analisar são os aspectos relacionados à escrita como uma prática sociocultural; demonstrando em que circunstâncias os Guarani fizeram uso da habilidade gráfica ou recorreram à aptidão de outros para produzirem relatos. O intenso uso da escrita por parte dos Guaranis letrados foi verificado a partir da celebração do Tratado de Madri; em 1750; pelas monarquias ibéricas. Este fato desencadeou a “reação escrita” desses indígenas que; como mecanismo de protesto; redigiram vários textos; esgrimindo argumentos contrários à execução da permuta das missões orientais pela Colônia do Sacramento. Com início dos trabalhos de demarcação e o rompimento da aliança que sustentava as relações entre as lideranças indígenas e os jesuítas; os Guarani destinaram à escrita uma finalidade política; como instrumento de seu alto governo. Através do envio de cartas e bilhetes; procuraram estabelecer redes de comunicação e organizar a resistência missioneira diante da presença das comissões demarcadoras. Após a expulsão dos jesuítas; a capacidade alfabética se apresenta de maneira desvinculada da reescrita religiosa. O conhecimento das regras epistolográficas permitiu aos índios estabelecer canais de comunicação diretamente com a administração colonial. Através do envio de cartas e memoriais; procuravam atuar dentro do legalismo das regras escritas.

Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/logon/cad_usuario.jsp

12 h – Intervalo

13 h 30 min – Painel Arte, Arquitetura e Urbanismo nas Missões, com Ramón Gutierrez, CONICET, Argentina – Urbanismo das missões guaranis – um modelo alternativo, Darko Sustersic, UBA, Argentina – Contribuição dos Guaranis no desenvolvimento de novos padrões artísticos na imaginária e na arquitetura missioneira e Myriam Ribeiro de Oliveira, UFRJ – O universo iconográfico das imagens jesuítas do tipo missioneiro: notas para uma abordagem geral do tema

Moderação: Eduardo Hahn – Superintendente IPHAN-RS

15 h 30 min – Intervalo

16 h - Painel Antropologia e Etnologia nas Missões, com Beatriz Freire, IPHAN – Missões revisitadas: o Registro de São Miguel Arcanjo a partir de concepções Guarani, Flávio Leonel Abreu da Silveira, UFPA – Paisagem missioneira e transculturação na porção austral brasileira e Ariel Ortega, cineasta e cacique da Aldeia Koenju.

Moderação: Muriel Pinto, Uni pampa - Campus São Borja

18 h 30 min – Encerramento

20 h – Cinema nas Ruínas – apresentação do filme Duas Aldeias, uma Caminhada, realizado pelo grupo de jovens guaranis (sacristia da antiga igreja de São Miguel Arcanjo)
21 h 30 min – Espetáculo Som e Luz

13 de dezembro – Sexta-feira

9 h – Painel Marketing do Turismo Cultural, com Américo Córdula, Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Victor Toniolo, Coordenador de Acompanhamento e Estruturação de Produtos EMBRATUR, Carlos Augusto Silveira Alves, Presidente da Associação Amigos das Missões e Camila Mumbach, Diretora de Promoção e Marketing da Setur/RS

Moderação: Geovani Gisler, Instituto Iguassu-Misiones

12 h – Intervalo

13 h 30 min - Painel Patrimônio e Turismo Cultural nas Missões, com Pedro Salmeron, Instituto Andaluz do Patrimônio Histórico (IAPH), Espanha – Estratégias comparadas sobre turismo cultural nos Guias da Paisagem de Alhambra e Sevilha: bases de partida para o caso das Missões Jesuítico-Guarani, Andrey Schlee, IPHAN/Brasília e Ramón Gutierrez, CONICET, Argentina – Projeto Itinerário Cultural do MERCOSUL - Missões.

Moderação: Maximilianus Pinent – Diretor de Desenvolvimento do Turismo da SETUR-RS.

15 h 30 min – Intervalo

16 h - Painel As Missões como Patrimônio e Paisagem Cultural, com Ana Lúcia Goelzer Meira, IPHAN/RS – A trajetória do IPHAN nas Missões: da pedra e cal às referencias imateriais, Diego Luis Vivian, IBRAM – Museu das Missões: 1940 – 2013 e Pedro Salmerón, Instituto Andaluz do Patrimônio Histórico - IAPH, Espanha – Guia da Paisagem das Missões.

Moderação: Prefeitura Municipal de São Miguel das Missões

18 h 30 min – Encerramento

20 h – Cinema nas Ruínas – apresentação do filme Duas Aldeias, uma Caminhada, realizado pelo grupo de jovens guaranis (sacristia da antiga igreja de São Miguel Arcanjo)

21 h 30 min – Espetáculo Som e Luz.

Editado por: Edison Franco.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"COMO VENCER A POBREZA E A DESIGUALDADE”

Redação de estudante carioca que acaba de vencer concurso da UNESCO com 50.000 participantes. Autora: Clarice Zeitel Vianna Silva. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro – RJ.

 “PÁTRIA MADRASTA VIL"

Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência...
Exagero de escassez...
Contraditórios?
Então aí está!
O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.
Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil, está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira.'
Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir.
Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra...
Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição.
Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí.
O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito.
Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura.
As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...
Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra?
De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo.
Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil?
Ser tratado como cidadão ou excluído?
Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel Vianna Silva, 26, estudante que termina Faculdade de Direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre “Como vencer a pobreza e a desigualdade”. A redação de Clarice intitulada “PÁTRIA MADRASTA VIL”, foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

Por favor, divulgue para todo o país.
Aos poucos iremos acordar este "BRASIL".


Editado por: Edison Franco.

domingo, 2 de junho de 2013

COMO GERAR RIQUEZA

sábado, 18 de maio de 2013

CONVITE DO PSDB SANTA ROSA PRA AÉCIO NEVES


Santa Rosa, 14 de Maio de 2013.

Exmo. Senhor
Aécio Neves
M.D. Senador da República.
Presidente do PSDB Nacional.

Prezado Presidente:

Honra-nos sobremaneira, dirigirmo-nos a Vossa Excelência para formular um especial convite. Na condição de Presidente do PSDB de Santa Rosa, cidade polo regional do noroeste gaúcho, manifestamos nosso mais forte desejo de contar com vossa ilustríssima presença em nossa cidade, neste ano, preferencialmente no período que vai até outubro.
Entendemos constituir-se em um fato altamente relevante sua vinda para cá, encarnando a figura do nosso mais forte candidato oposicionista ao famigerado partido que usurpou nossas bandeiras e feitos e ignorou a grande mudança protagonizada pelo nosso PSDB.
Infelizmente não poderei participar deste grande momento Tucano, quando Vossa Excelência estará assumindo os destinos de nosso partido e proclamando o início de uma investida rumo à vitória em outubro de 2014.
Esta missiva será entregue pelo nosso presidente da Juventude Tucana de Santa Rosa, um representante dos anseios de muitos jovens daqui, de ver o Brasil encarar com muito mais seriedade a saúde, a educação e a segurança pública, para continuarmos a ter esperança neste gigante, que ora vê seu povo desorientado e muito descrente na ética e seriedade na gestão pública.
Queremos manter contato com vossa assessoria, na tentativa de concretizar a sua vinda até aqui. Quem sabe no grande evento que temos aqui que é o Hortigranjeiro, sempre muito prestigiado pela população regional. Seria um grande acontecimento político, sem dúvida.
Aguardamos vossa manifestação, na expectativa de um parecer favorável.
Desejamos muito êxito nesta caminhada, que queira Deus, levar-vos-á à  Presidência da República em 2014, para repetir a excelência em gestão pública demonstrada que foi no Governo de Minas Gerais.

Um grande Abraço Futuro Presidente do Brasil!

Edison Franco                                           Vitor Abreu
Secretário                                                   Presidente.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

ROTA DO YUCUMÃ

A Rota do Yucumã localiza-se na região Noroeste Colonial e é formada pelos 33 municípios das Regiões Celeiro e Planalto Médio. Inserida numa região de tradição entre os campos gerais e as áreas de formação das depressões das encostas do Rio Uruguai, essas características permitem à região apresentar uma diversidade muito grande de flora e fauna. Seus aspectos culturais, oriundos das diversas etnias que formaram a região, são sua maior herança.

Tradicionalmente agrícola, a região vem apostando em novas formas de desenvolvimento, especialmente na área do turismo, desde 1998, quando foi constituído o Consórcio Rota do Yucumã, pessoa jurídica de direito público, que tem como objetivo principal promover a conscientização e a educação para o desenvolvimento do turismo sustentável junto à comunidade local.

Localizado no Rio Uruguai, na divisa com a Argentina, seu principal atrativo é o Salto Yucumã, maior Salto Longitudinal do Mundo, com mais de 1800 metros de comprimento e considerado uma das 7 maravilhas do Rio Grande do Sul.
 O Salto Yucumã está localizado dentro do Parque Estadual do Turvo, primeiro parque criado no Rio Grande do Sul (1947). O Parque possui uma área de 17.491 hectares de mata fechada e é o último reduto da onça-pintada no Estado do Rio Grande do Sul, abrigando também outros animais ameaçados de extinção como o puma, a anta e o cateto. Mais de duzentas espécies de aves também fizeram do Parque do Turvo a sua morada, como o pica-pau-rei.

Além do Salto Yucumã, a região possui diversos atrativos e roteiros de Turismo no Espaço Rural. Entre eles, destaca-se o Roteiro Caminhos da Produção, em Augusto Pestana, a diversidade étnica de Ijuí com suas casas típicas, as agroindústrias do Pacto Fonte Nova em Crissiumal, a reserva indígena do Guarita em Redentora e o Santuário dos Mártires do Alto Uruguai, em Três Passos.


A região ainda apresenta muitos parques, balneários, museus e monumentos. O Roteiro Turístico Caminhos do Yucumã leva você por uma viagem à região, passando por alguns dos seus melhores atrativos.
 Conheça a Rota do Yucumã e desfrute da hospitalidade única dessa região.
Salto do Yucumã - RS. Brasil.
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Editado por:Edison Franco.

sábado, 23 de março de 2013

NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS


Introdução


A globalização criou novas exigências ao mercado de trabalho e esta impondo a todos a necessidade de buscar aperfeiçoamento pessoal e profissional.
Desta forma, cada vez mais os profissionais, e especialmente aqueles que por forca da posição tem que estar em contato ou negociar com outras culturas, terão que construir um conhecimento sobre essas culturas e ampliar a forma de comportamento quando inserido nelas.
Precisamos ter em mente o fato de que mesmo o indivíduo pertencendo a uma mesma cultura as representações e significações são diferentes. E quando se trata de negociação estamos falando de vários indivíduos sentados numa mesa e consequentemente uma pluralidade de representações e significações.
Isso já denota por si só a complexidade de um processo de negociação e a necessidade de compreensão da importância do conhecimento da cultura neste processo.
Também e importante ter em mente o fato de que mesmo pertencendo a uma mesma cultura as empresas tem representações e significações diferentes. Que elas também recebem uma carga cultural diferente, apesar de estarem dentro da mesma nação ou às vezes dentro da mesma cidade. Cada empresa constrói uma cultura que é própria, que e pessoal.
Homens de negócios devem estar sintonizados para onde se manifestam as diferenças culturais e quais os seus efeitos no processo de negociação. Quando a negociação funciona, os dois lados ganham. Esta é a meta. Para que isso funcione no comércio internacional de hoje, o negociador bem sucedido é aquele que leva em conta os fatores culturais.
Quase todos estão dispostos a fazer algumas concessões para alcançar acordos. As realidades transcendem às culturas. Mas o negociador inteligente também aceita as diferenças como parte do processo.
Ele "sabe" que um "alemão típico" tenderá a considerar a oferta de muitas opções como um sinal de fraqueza da outra parte. Ele "sabe" que um japonês "típico" coloca muita ênfase no status da pessoa com quem está negociando. Ele "sabe" que a amistosidade, a hospitalidade e a informalidade de um americano "típico" não têm nada a ver com sua maneira de conduzir uma negociação.
O negociador em contexto transcultural deve prestar atenção nas semelhanças, assim como nas diferenças. Decorre daí a pergunta crucial: como fazê-lo?
Se a natureza e os passos no processo da negociação são conhecidos, há um arcabouço conceitual que denuncia as semelhanças e diferenças culturais presentes no comportamento dos negociadores, na medida em que ocorram em uma situação concreta.
Estabelecemos uma definição: "negociação é um processo através do qual duas ou mais facções que tenham interesses em comum e conflitantes expõem e discutem propostas explícitas acerca dos termos específicos para um possível acordo".
Os japoneses, que já deram ênfase à etapa anterior, procuram evitar confrontações, tendem a não requerer nem esperar persuasão e, muito provavelmente, manifestarão um considerável silêncio nessa fase.

1 JAPÃO - ASPECTOS GERAIS

Com uma superfície de 377.835 km², o Japão está situado no extremo leste do continente asiático. O território japonês é formado por quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu, O relevo japonês é bastante acidentado, com cerca de 72,8% da superfície do país constituída por áreas montanhosas, em grande parte de origem vulcânica. O ponto mais alto do Japão é o monte Fuji, com 3.776 metros.


1.1POPULAÇÃO

O Japão é uma sociedade urbana industrializada, e mais de três quartos dos povos vivem em áreas metropolitanas. Somente 4,6% da mão-de-obra estão voltadas para a agricultura. A maior parte da população se concentra na costa do Pacífico entre Honshu e norte de Kyushu.

1.2 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

O Japão é dividido em 11 regiões – Chugoku, Chubu, Hokkaido, Hokuriku, Kansai, Kanto, Kyushu, Okinawa, Shinetsu, Shikoku e Tohoku – por sua vez subdivididas em 47 províncias ou “prefeituras”. Essas províncias coordenam um total de 3.232 municipalidades.Chefe de Estado: Imperador AKIHITO (desde 07/01/1989) Primeiro Ministro: Taro ASO (desde 09/2008)Taxa de desemprego: 4,2% (est. 2008)

1.3 PRINCIPAIS CIDADES

As principais cidades japonesas são: Tóquio (Capital), Yokohama, Osaka, Nagóia, Sapporo, Kobe, Quioto, Fukuoka e Sendai.

1.4 ORGANIZAÇÕES POLÍTICA

O Japão é uma monarquia constitucional parlamentar inspirada no modelo inglês. Sua Constituição está em vigor desde 3 de maio de 1947, sendo o Imperador (“Tennô”)  o símbolo do Estado e da unidade do povo japonês, não estando investido de poderes de governo. Os poderes executivo, legislativo e judiciário são representados respectivamente pelo Gabinete, Dieta e Cortes de Justiça. Vigora no país o pluripartidarismo


1.5 ASPECTOS ECONÔMICOS

Japão protagonizou uma das mais fenomenais transformações econômicas na segunda metade do século XX. Em cerca de trinta anos, o Japão saltou de um país derrotado militarmente, ocupado por uma potência estrangeira, exaurido economicamente e sem recursos naturais, para a segunda maior economia do mundo. Boa parte desse processo deveu- se à capacidade japonesa de desenvolver novas tecnologias, de poupar e de trabalhar com afinco em busca de sua recuperação econômica.
Com uma extraordinária capacidade de consumo e concentrando algumas das maiores corporações econômicas do planeta, o Japão é o motor econômico da região asiática e comporta um dos mercados  financeiros mais importantes do mundo.

1.6 COMO NEGOCIAR COM O JAPÃO

A postura correta é importante no Japão, sobretudo ao sentar. Evite esparramar-se na cadeira. O equilíbrio é um princípio básico japonês, portanto, pratica-se uma postura sólida e firme ao sentar-se ou ao andar;
A base da etiqueta japonesa é o respeito. Esse respeito é demonstrado em tudo e a toda hora;
Na sociedade japonesa, é extremamente importante, principalmente nos negócios, saber a posição que a pessoa que você estabelece contato ocupa a sua empresa;
Evite dar tapinhas nas costas dos japoneses, ficar muito próximo, qualquer forma de beijo em público ou contato físico prolongado;
Falar alto, aparecer demais, gesticular muito, agitar-se, são considerados vulgares;
Dê um presente com as duas mãos, como ao  entregar seu cartão de visitas. Isso é visto como um gesto de humildade;
Ao receber um presente, não se espera que o abra imediatamente. Para os japoneses abrir o presente seria concentrar demasiada atenção no objeto e não naquilo que é verdadeiramente importante, ou seja, a intenção;
Os japoneses apreciam a discrição, ternos sóbrios, escuros ou de cores neutras;

1.7 A PREPARAÇÃO DA MISSÃO

Tenha presente o fato de a língua japonesa constituir, sem dúvida, um dos maiores obstáculos que o visitante terá de enfrentar durante suas negociações.:
A fluência do inglês no Japão é rara, o que pode levar a imprecisões e mal-entendidos;
Um japonês jamais admitirá publicamente que não compreendeu o sentido de uma frase ou palavra;
Falar lentamente, evitando, sempre que possíveis abreviações e jargões técnicos;
Ter presente que o emprego de um intérprete costuma duplicar o tempo de conversação e, consequentemente, abrevia a reunião;
Prestar atenção para não se alongar em demasia por ocasião de cada retomada da fala, de forma a garantir mais precisão no trabalho do intérprete. Esta prática é importante e certamente irá melhorar a qualidade da interpretação;
Após uma reunião, prever a possibilidade de trocar impressões com o intérprete, que muitas vezes poderá confirmar alguma impressão que seus interlocutores tenham lhe passado.
Logo no inicio do encontro, que deve ser marcado com a maior antecedência possível, procure apresentar-se a seus interlocutores japoneses descrevendo o propósito de sua visita. Não hesite em enviar, antecipadamente, documentos de apresentação de seus produtos (em inglês ou, ainda melhor, em japonês), permitindo com que possam selecionar as pessoas mais adequadas para estar presentes ao encontro.

1.8 A ENTREVISTA

Durante uma missão prospectiva, traga consigo grande número de cartões de visita. Praticamente, todas as pessoas com quem irá encontra-se vão apresentar seus respectivos cartões. Por isso, o visitante deverá sempre estar preparado para a troca de cartões, evitando ficar sem o cartão na hora de apresentar-se àquele cliente mais importante. Tais cartões devem ser impressos em inglês e, se possível, em japonês no verso. No caso do primeiro encontro, cabe ao visitante apresentar em primeiro lugar o cartão (por assumir a posição de requerente), segurando-o com as duas mãos e anunciando seu nome.
Ao receber o cartão de seu interlocutor, tome o tempo necessário de ler o nome dele, seu cargo e o nome de sua empresa, segurando o cartão com as duas mãos. Deixar de ler atentamente o cartão de visitas de seu interlocutor poderá significar gesto de falta de respeito. Coloque-o sobre a mesa de discussões, de forma a melhor poder identificar as posições de seus interlocutores.
O encontro terá lugar muito possivelmente em sala de dimensões reduzidas, utilizada essencialmente para esse tipo de evento (os escritórios japoneses são coletivos e têm dimensões reduzidas sendo assim pouco propícios para encontros), onde o visitante será convidado a entrar primeiro. Será servido um café ou um chá japonês e a conversa inicial, de modo a estabelecer o primeiro contato, deverá versar sobre amenidades como a viagem de chegada ou o tempo.
As relações com os japoneses possuem importante componente de forma. Nesse sentido, será importante apresentar e descrever as atividades de sua empresa com esmero. Os documentos que serão entregues a seus interlocutores - de preferência em inglês ou vertidos para o japonês - contribuirão decisivamente para compor a imagem que terão sobre sua companhia.
Na maior parte das vezes os japoneses já possuem uma espécie de agenda estruturada e é aconselhável respeitá-la. No início da entrevista, será oportuno repetir sua função, o nome de sua empresa e o objetivo de sua missão. Será igualmente conveniente resumir o que pretende expor a seus interlocutores (a maior parte dos japoneses prefere adotar essa prática), de forma a aumentar as chances de plena compreensão daquilo que se pretende dizer. Ao final do encontro, será útil deixar a parte japonesa recapitular primeiro aquilo que foi dito, o que permitirá ao visitante enfatizar ou retificar algum ponto da conversa.
Os japoneses, freqüentemente, inclinam a cabeça ou fazem algumas interjeições (como, por exemplo, Hai!), durante uma conversa. Isto demonstra que o visitante tem a atenção de seu interlocutor e que este compreendeu aquilo que está sendo dito, mas não significa que concordou com a colocação que lhe foi feita. Será, portanto, importante reformar, ao cabo de cada reunião, os pontos onde foi logrado algum tipo de entendimento. Os japoneses têm certa dificuldade em dizer não e por isso será importante ficar atento a alguns sinais como respostas evasivas ou tentativas de mudança de tópico da conversa.
O silêncio não deve ser interpretado como um sinal negativo, mas como um simples período de reflexão. Os homens-de-negócio japoneses têm grande capacidade de ouvir seus interlocutores, enquanto que seus homólogos ocidentais, muitas vezes, por estarem pouco habituados a silêncios, têm a tendência a tentar preencher os vazios monopolizando as discussões. Para melhor obter as informações deve-se, assim, deixar com que os empresários japoneses possam escolher o momento de retomar a palavra sem interrompê-los.
Não se deve menosprezar aqueles empresários japoneses que não participam ativamente das discussões. Muitas vezes os verdadeiros tomadores de decisão preferem ficar "na sombra" e deixam os quadros intermediários debater os detalhes mais práticos das negociações. Será importante, assim, não confiar nas aparências e saber identificar a pessoa que de fato está no comando.
Em geral, nenhuma decisão é tomada ao final de uma visita: falta ainda que seus interlocutores discutam entre si e cheguem a um consenso. Boa parte das deliberações, dessa forma, é realizada fora das entrevistas. Esse processo mais moroso de busca por um consenso, inerente à mentalidade nipônica, prolonga, muitas vezes, as negociações e, freqüentemente, frustra as expectativas do empresário visitante, que, na maior parte das vezes, permanece no Japão por tempo limitado. Existem, todavia, vantagens nesse sistema, na medida em que, uma vez tomada a decisão, os negócios iniciam fase acelerada de efetivação.
O respeito à hierarquia é um elemento essencial do funcionamento de uma corporação nipônica. A diretoria de uma empresa japonesa está encarregada de orientar a empresa e de realizar toda tarefa de representação da mesma. Na maior parte das vezes, os quadros intermediários são os que participam das negociações, enquanto os diretores desempenham papel orientador e mediador. A hierarquia dos interlocutores japoneses se apresenta de forma bastante evidente no caso das corporações japonesas.
Por ocasião de um jantar, por exemplo, os convivas são colocados em ordem hierárquica decrescente em tomo da pessoa mais importante. Da mesma forma, ao adentrar-se uma sala de reunião deve-se procurar cumprimentar as pessoas na ordem decrescente de importância. Essa regra deve ser seguida a todo momento. Nesse mesmo sentido, é importante que haja sempre uma demonstração de coesão entre os visitantes por ocasião da reunião de trabalho.
É muito importante manter uma postura e propostas moderadas. Os japoneses têm plena consciência que estrangeiros não podem estar familiarizados com todas as práticas e costumes vigentes em seu país e serão, portanto, bastante lenientes com algumas gafes, porém não serão receptivos a qualquer comportamento agressivo ou negativo. Qualquer demonstração de interesse em conhecer as regras vigentes no arquipélago, sem excessos, deverá contribuir para assegurar seus interlocutores de seu genuíno interesse em manter discussão proveitosa.
Quando já tiver próximo de estabelecer um relacionamento com seu interlocutor (por exemplo, quando se tratar de um cliente seu), a visita poderá ser encerrada de forma adequada por meio da entrega de presentes que terão sido trazidos do Brasil. Pequenos presentes tipicamente brasileiros (artesanato de qualidade ou livros com belas fotografias etc.) são sempre muito apreciados. Algum cuidado deve ser tomado para não exagerar nos méritos do presente já que os próprios japoneses, quando presenteiam seus interlocutores, gostam de desculpar-se dizendo ser o obséquio "algo bastante simples e insignificante", mesmo quando se trata de algo valioso. Os presentes devem ser devidamente embrulhados em papel de boa qualidade na medida em que no Japão o embrulho tem quase tanta importância quanto o conteúdo.

1.9 O SEGUIMENTO DAS RELAÇÕES INICIADAS

Em algumas poucas ocasiões onde as discussões se desenvolvem particularmente bem, pode acontecer que o encontro tenha seguimento fora do local dos escritórios. O fato do visitante ser convidado a um restaurante tradicional japonês é uma boa demonstração de respeito e de interesse por seus produtos. Nesse ambiente mais descontraído os empresários japoneses, muitas vezes, deixam escapar uma opinião mais franca sobre sua avaliação de sua mercadoria ou serviço. A agenda noturna poderá incluir uma passagem por uma sessão de "karaokê" que raras vezes prolonga-se para além da meia-noite.
Os japoneses estabelecerão um relacionamento com fornecedor estrangeiro apenas a partir do momento em que tiverem confiança nele. Não devem ser esperados, portanto, resultados imediatos e por isso deve ser assegurado a seus interlocutores de que suas intenções são de longo prazo. Um bom conhecimento do mercado e das atividades da empresa de seus interlocutores contribuirão para convencê-los disto.
Será igualmente interessante poder manter relações com seus interlocutores nipônicos por meio de envio de cartas de cumprimentos por alguma ocasião festiva, boletim da empresa etc., mantendo seus clientes informados sobre as mudanças na empresa, o surgimento de novos produtos ou de alguma alteração nos quadros de sua empresa. Os japoneses são sensíveis a esses pequenos gestos e se lembrarão de seu esforço quando necessitarem procurar um produto da sua linha de produção.
Na medida do possível, sempre mantenha uma postura flexível na hora de aceitar as condições de entrega (quantidades mínimas por encomenda etc.) ou venda de seus produtos: as mudanças que eventualmente forem solicitadas por seu importador são, muitas vezes, necessárias para as condições de colocação das mercadorias no Japão e lhe darão uma noção cada vez mais precisa das necessidades e peculiaridades de seu novo cliente.
Tenha presente, a todo momento, aquilo que os importadores japoneses almejam, ou seja, uma qualidade à toda prova, o respeito aos prazos de entrega e um bom serviço pós-venda.
É importante, por outro lado, levar em consideração os feriados e períodos de férias. Além destas datas, existem durante o ano 3 períodos de feriados prolongados que são o “Golden Week” (Semana Dourada), que é a junção de 4 feriados nacionais no final de abril a começo de maio; “Finados” em meados de agosto, e os feriados do “Ano Novo”. Recomenda-se que sejam evitados esses períodos para viagem de negócios, já que o comércio e os bancos fecham suas portas.

1.10 PEQUENO DICIONÁRIO
Campai=Saúde
Saionará=Até  logo
Orraiô gozaimasu=Bom dia
Conichi uá=Boa tarde
Onegai shimasu=Por favor
Arigatô gozaimasu=Obrigado
Shitsurei Shimasu=Com licença
Sumimasen=Desculpe-me
Silva to moushimasu=Eu me chamo Silva
Gomenasai=Perdão
Odican itadaite arigatô gozaimasu =Obrigado por ter-nos recebido
Matá aête ureshii desu=Estou satisfeito em revê-lo
Chotto matte cudasai=Favor aguardar um pouco
Irô irô arigatô gozaimashita=Obrigado por tudo
New Otani Roteru wa doko desu ka?=Onde fica o Hotel New Otani?
New Otani Roteru made itte kudasai=Para o New Otani Hotel por favor (em um táxi, por exemplo).

2. CHINA

A china possui hoje a maior população da terra, superior a 1 bilhão de habitantes. O volume populacional chinês é basicamente formado por etnias uniformes, com hábitos, idiomas e dialetos distintos, existe, porém um esforço de criação para uma nova estrutura social e está indicaria a adoção de uma nova língua nacional a partir do dialeto mandarim,  mais falado no norte do país.
A abertura da China ao mundo exterior é muito recente, gerando alterações nas suas estratégias de relações comerciais e em toda estrutura política. Nessa política de reestruturação econômica, um dos passos mais importantes foi a criação de condições de abertura de negócios com o exterior, na forma de investimento direto e de aquisição de tecnologia estrangeira, iniciando, desta forma, o processo de abertura da economia chinesa ao mercado internacional.

 
2.1CANAIS PARA OS PRIMEIROS CONTATOS

Essa reestruturação vem despertando o interesse em todo o mundo, porém existem diferenças comerciais chinesas a dos demais marcados, que tem dificultado a fluidez daquele intercâmbio, principalmente pela falta de canais especializados para intermediação de negócios.
 A China vivenciou atritos com o Japão, Estados Unidos, Índia e Vietnã, porém mesmo com todos esses incidentes diplomáticos ela não desmoronou, devido aos interesses dos demais países em atingir um mercado de 1 bilhão de consumidores e graças aos inúmeros contratos de cooperação já firmados com vários países. Cada segmento de economia chinesa possui um órgão responsável pela canalização dos negócios internacionais que administram as compras internacionais, estas empresas são sediadas basicamente em Pequim.
Sua economia é centralizada, os canais de penetração sem dúvida, são as participações em missões oficias realizadas pelo governo brasileiro naquele mercado e ainda de participações em eventos coletivos como feiras e exposições comerciais. Porém  China deixa a desejar em estrutura, devido ao grande fluxo de visitantes, as viagens feitas a China não podem ser consideradas muito boas até mesmo pelo tempo de demora em conseguir autorização para entrada em seu território.
Deve-se dirigir uma carta a uma empresa que atua no comércio internacional Chinês explicando os motivos e propósitos da visita indicando o interesse da empresa em colaborar com o desenvolvimento da economia chinesa, ela deve ser escrita  em inglês e outra via deve ser traduzida em Chinês. Não é aconselhável enviar apenas uma pessoa nesta missão, pois os chineses estão acostumados a tratar de negócios em grupos, todos devem estar bem preparados a ter autoridade técnica para discutir qualquer tipo de assunto referente à negociação, ou seja, na área comercial, industrial ou financeira, e ainda todo documento apresentado deve ter uma cópia devidamente traduzida em Chinês.
Reservas de hotéis, vôos internos, quando previstos e autorizados pelas autoridades locais, deverão estar claramente confirmação e reconfirmados, caso contrário poderá a viajante não conseguir acomodações. A declaração de pertences na entrada deve conter o valor monetário de posse de cada visitante, porte de objetos questionáveis, como máquinas fotográficas, filmadoras e outros itens. Todas as notas dos hotéis, recibos de troca de moeda e outros comprovantes podem ser novamente solicitados no momento da partida.
Os hotéis e a comida deixam muito a desejar. Os serviços de informações e ou de apoio ao visitante são ainda mais precárias. As reuniões de negócios são caracterizadas com apresentação de ambas as partes e a entrega de cartões de visita indicando o nome e o cargo dos visitantes. É comum entre os chineses haver um porta-voz que fará as apresentações dos demais membros, mas o fato de existir um elemento condutor das apresentações não significa que este seja a pessoa de pessoa de posição hierárquica, contudo o executivo de maior importância da comitivas erá facilmente identificado, pois ele sempre estará á frente de seus companheiros na apresentação formal
Os chineses apesar de usarem interpretes na formulação de suas questões em certo momento demonstram total falta de entendimento com oque foi exposto e repetindo duas ou três vezes o mesmo tipo de pergunta, causando até certa impaciência por parte  dos visitantes.

2.3 A TOMADA DE DECISÃO

Quando se fala em tomada de decisão deve-se ter muita cautela, pois a China tem características muito parecidas com o modelo japonês. Aliadas aos fundamentos da burocracia típica do modelo de tomada de decisões dos regimes socialistas. Por outro lado, a atual renovação de estilo de vida chinês, marcada pela abertura política e econômica.
A alta cúpula das empresas estatais responsáveis pelas importações de bens e serviços estrangeiros busca desenvolver processos mais modernos da administração, isto significa maior agilidade no processo decisório. È um pouco cedo para apostarmos em uma total transformação nos hábitos administrativos do burocrata chinês.
Aqueles que conseguirem realizar o seu primeiro grande negócio com os chineses terão uma grande vantagem em relação aos concorrentes, visto que o ato de fornecer produtos à china envolve aspectos muito mais profundos do que possamos imaginar, devido a complexidade do sistema chinês na tomada de decisão implica no exame acirrado de uma proposta, se forem seguidas completamente, estabelecerão um canal duradouro de negócios. O chinês preza muito os laços de amizades e de relacionamento pessoal entre as partes, sem, que isto signifique qualquer indicio de vantagem ou regalias individuais. Tentar aliciar nossos anfitriões com favores pessoais é um erro fatal.
Os chineses prezam muito o acordo verbal e são também avessos á assinatura de contratos extensos e repletos de cláusulas de salvaguarda. “Atos de força maior”, por exemplo, não são aceitos com muita facilidade, principalmente se tiverem como origem atos como uma greve. Geralmente os chineses preferem substituir o termo “força maior” por ”atos da natureza”, excluindo qualquer alegação de origem humana, aceitando apenas problemas causados por agentes fora do controle do homem como inundações, terremotos e outras catástrofes climáticas.
A própria clausula de “escalonamento de preço” por força maior da inflação é totalmente inteligível para os chineses, já que não há inflação na china.
Sempre que possível, os chineses evitarão a inclusão de clausulas de arbitragem, preferindo sempre um acordo amigável.

2.4 PROTOCOLOS E ETIQUETAS - USOS E COSTUMES

Morar em um país que tem um milhão de habitantes com muita poluição, stress, falta de privacidade, poluição sonora, visual e ambiental.  Apesar de todos estes sintomas típicos daquele ambiente, os chineses, reagem de forma contrária a este cenário, sendo um povo cortês, amistoso, com alto senso de honestidade e cooperação mútua. A honestidade é tida como uma das maiores virtudes do ser humano dentro da cultura chinesa.
Além da honestidade e confiança, é a paciência, e qualquer reação contraria a esta virtude será interpretada como uma fraqueza de espírito, alem de ser considerada como uma ofensa.
Por não ser concedida pela cultura chinesa qualquer opção alternativa de recepção a estrangeiros, o único evento social chinês no âmbito dos negócios é, sem duvida, um refinado banquete, ocasião em que toda uma serie de protocolos e etiquetas muito peculiares serão postos em pratica, a começar pelo convite que normalmente é feito por escrito. O local será sempre um restaurante apropriado, especial para solenidades, nunca na casa de nenhum dos membros da comitiva chinesa.
Os banquetes chineses são realmente á prova de qualquer critico em gastronomia, pelos vários tipos de comidas típicas, sendo comum a existência de mais de 12 tipos de pratos.
È de bom tom nestas ocasiões ter-se á mão algum presente significativo a ser oferecido ao líder dos anfitriões em nome da comitiva visitante. Como de costume, sugerimos uma peça de artesanato brasileiro, ou um álbum de fotos sobre logradouros ( praças, jardins lugares públicos ) turísticos do nosso país e outros objetos da mesma espécie.
È importante ressaltar que para o chinês da Republica popular da china, Taiwan nunca devera ser mencionada como sendo a outra China. Tal afirmação é um insulto muito grave ao chinês, pois Taiwan é Taiwan e China é China.

3. PAÍSES ÁRABES

A cultura árabe é com certeza a mais peculiar, tanto em suas tradições com em costumes.
Os Países árabes possuem relacionamento com inúmeros países do ocidente, devido a fazer parte da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo, o que influenciou no seu crescimento econômico, abrindo caminhos para seu crescimento e expansão. Apesar disso os árabes conseguiram manter suas tradições sem alterar sua cultura milenar.
Conduzir negócios com países árabes requer paciência e sabedoria, princípios de grande valor na cultura deste povo, seus princípios e religiões deverão ser respeitados para o sucesso das relações comerciais

3.1 CANAIS PARA OS PRIMEIROS CONTATOS.

Cria-se um vinculo de confiança, sinceridade e harmonia com os negociantes, sendo difícil ter acesso àqueles que detêm o poder de decisão, devido ao grande número de empresas, agentes, representantes que oferecem as mais variadas ofertas de seus produtos.
Grandes corporações abrem seus escritórios nos principais centros do mundo árabe a fim de obter ali pessoas que tenham contato mais próximo com as empresas facilitando o desenvolvimento dos negócios.
É importante para  empresa que deseja vender seu produto aos árabes escolher muito bem o seu representante naquele país, para não ser apenas um atravessador, que recebe sua comissão e encarece o produto, e que não seja de origem duvidosa prejudicando as negociações.
O relacionamento pessoal é vital no mundo árabe, talvez um representante para vários países não fosse uma boa ideia, o mais correto seria um para cada país, pois cada um tem suas peculiaridades podendo não ser bem recebido em determinado lugar.
O representante deve também estar comprometido com a empresa, envolvido no processo decisório, recebimento da mercadoria, destino, cobranças bancárias e demais procedimentos. Marcar horários e agendar as visitas são recomendáveis a fim de evitar que o visitado se negue a atendê-lo, mesmo assim corre-se o risco de o encontro se adiado por mais alguns dias.
O enorme fluxo de visitantes naqueles países e o problema de logística fazem com que se exijam depósitos em dinheiro antecipadamente, evitando-se a surpresa de falta de acomodações. Importante também é que haja alguém à espera do visitante no aeroporto a fim de evitar transtornos, como escolha do hotel, locomoção, carregar malas e até mesmo pagar um taxi, já que o inglês é pouco falado naquele país torna-se uma viagem cansativa e burocrática. Os horários comerciais diferem do nosso, sendo necessário programar visitas de acordo com a cultura árabe.
O visitante, além de toda a programação de agenda e horários, corre o risco de aguardar horas até ser atendido pelo anfitrião. É comum que sejam recebidos primeiro os parentes, após os comerciantes locais e por ultimo os estrangeiros. Isso não significa falta de interesse sim um traço natural da cultura árabe. O atendimento pode ser coletivo ou dependendo do tipo de negócio o anfitrião conduz o visitante a um canto do recinto enquanto os outros aguardam. Inúmeras podem ser as interrupções que podem chegar de duas a três horas.
As negociações de preços é a etapa mais importante da negociação, devendo se tomar o cuidado para não subestimar a inteligência dos árabes, elevando demasiadamente o preço do produto, o que pode ser considerado como ofensa. Negociações de longo prazo fazem surgir um vinculo de confiança, o que faz com que as negociações sejam um sucesso.
Procurações devidamente assinadas e certificadas pela embaixada do respectivo país árabe aqui no Brasil devem ser providenciadas antes da viagem.
O simples fato de ser convidado pelo anfitrião a um jantar em sua casa deverá o negociante ser o mais discreto possível, não perguntar sobre a família, não comentar sobre assuntos de ordem religiosa, usar a mão direita para cumprimentar e se servir. As mulheres dificilmente participam das negociações e também não estão presentes nos eventos na casa do anfitrião.
Respeitar a cultura árabe muitas vezes pode não ser fácil, mas abre muitas portas para os negócios daquele país.

4. DIFERENTES CARACTERÍSTICAS ENTRE BRASILEIROS E ALEMÃES

Cada país possui suas próprias características, costumes, línguas, religiões, músicas, forma de se vestir, comer, falar, etc. Isso porque as pessoas se adaptam de acordo com a formação de seu país, as influências externas, com o clima do país, seus recursos naturais, influências políticas e assim por diante. Cada país possui seus próprios traços de acordo com influências que sofrem internamente e externamente.
Desta forma, os brasileiros e alemães possuem suas diferenças marcantes. Algumas delas, segundo Minervini (1991), serão identificadas a seguir:
No Brasil: é comum o uso do primeiro nome logo no primeiro contato (não se faz muita questão de usar o sobrenome com o respectivo título, como Dr., Engº etc.); são comuns abraços, conversas ao pé do ouvido, beijinhos ao cumprimentar-se ou despedir-se entre mulheres ou homens e mulheres, a pontualidade não é uma das virtudes locais; há uma paixão nacional pela velocidade em dirigir, (o país já deu três campeões mundiais de corrida de Fórmula 1.Nas ruas e rodovias há muitas promessas de novos campeões!); não há muita exigência na forma de se vestir; dificilmente alguém diz "não": procura dar desculpas; assuntos como política, futebol, família e filhos são bem-vindos em uma conversa; são extremamente criativos; improvisação e "jeitinho" são uma especialidade; possuem um bom senso de humor.
Na Alemanha: privacidade é apreciada; formalidade nos contatos; a pontualidade é obrigatória; profissionalismo e seriedade nos contatos; não use o primeiro nome e lembre-se de usar os títulos; autoridade e idosos são respeitados; há diferenças de comportamento entre os alemães do norte e sul; não pense em curto prazo - eles preferem estabelecer relacionamento duradouro; esqueça abraços e cochichos; a hierarquia na empresa alemã é muito respeitada. Se for convidado a um jantar, leve presente; boa conversa: comida, esporte, carros; alto sentido de lealdade e responsabilidade dos executivos para seu empregador.
Souza (1978) cita que cada sociedade tem seu tipo básico de personalidade e sua própria série de personalidades de status que diferem dos de outras sociedades em certos aspectos.
Cita o caso da Alemanha que, com o fenômeno do nazismo, despertou a atenção para o intrincado da dinâmica política e das características de personalidade. Por exemplo, comparados aos americanos, os alemães eram mais autoritários, guardavam mais distância social, eram mais moralistas, preocupados em identificar culpas, mais idealistas e teóricos, menos críticos dos seus superiores e identificam lealdade como obediência.
Os alemães também revelam aspirações ego centradas, incluindo preocupação com a própria saúde, melhor moradia e padrão de vida mais alto. Souza (1978) questiona a validade dos dados característicos da Alemanha para as empresas teuto-brasileiras, pois, se de um lado sofreram aculturação brasileira, por outro lado, mantêm contatos freqüentes, comerciais e particulares, com o país de origem mantendo assim muitos valores culturais acesos.
Empresas de origem alemãs concentram vários traços coincidentes dessas culturas superpostas, observa-se uma assimilação às normas e aos princípios de autoridade. Laboriosidade, pontualidade, integridade, conformismo e realização são virtudes que possuem grande relevância na determinação do comportamento do homem organizacional. Em relação ao caráter, há pouca expressão de afeto e de intimidade.
A alegria e as confidências devem ser demonstradas fora do ambiente de trabalho, pois a diversão deve vir depois do dever. A empresa, então, assume um caráter de disciplina, rigidez e submissão.
Com relação à análise da cultura brasileira, Souza (1978) considera ser gigantesca e pretensiosa devido a dificuldade de identificar um caráter nacional por possuir diferenças regionais causada pela ampla extensão territorial enriquecida pela diversidade de condições geográficas e tipo de exploração econômica.
Por exemplo: o paulista é sempre olhado como homem ativo, empreendedor, dono de riqueza; o carioca é visto, pelos de fora, como ironista, o malicioso, espírito que se traduz, aliás, no seu anedotário sempre rico, a respeito de tudo e de todos; o mineiro apresenta-se reservado, formação clássica e erudita; o cearense é o imigrante eterno que anda, não só por terras do Brasil, mas por toda parte do mundo, a respeito de quem se contam as histórias mais curiosas.
Também se observa que o homem do norte é, com efeito, mais vibrátil, mais lírico e dramático; o do sul mais comedido, mais positivo e realista; naquele, a preponderância da sensibilidade sobre a razão (...), um maior domínio dos nervos, uma sobriedade até à reserva, equilíbrio e moderação” (Souza, 1978, p. 66 e 67).
As características psicológicas do brasileiro, segundo Souza, apud Moreira (1978), foram divididas em quatro agrupamentos: individualismo, sentimentalismo ou bondade, indolência e tolerância ou acessibilidade.
Para Carnier (1989), o comportamento empresarial alemão é muito rígido. Isto se deve, principalmente, pela formação acadêmica do executivo alemão.
Na maioria das vezes, os executivos alemães permanecem durante muitos anos em uma mesma empresa, criando um forte vínculo com ela sendo fiel e tendo um sentimento forte de cumprir suas obrigações e responsabilidades. Costumam ser muito formais nos negócios. Estudos revelaram que os alemães têm um hábito constante de cumprimentar com aperto de mãos e gastam cerca de 20 minutos todos os dias realizando este ato. Algo típico alemão é a privacidade e ordem na evolução dos assuntos.
A ordem deve estar na aparência do que é discutido e na matéria em discussão, que representem a razão do encontro. Os alemães dão muito valor ao “status”, ou seja, aos títulos pessoais, mas não falam isto de forma aberta e sim através da hierarquia nas empresas bem definidas e dividida.
Com estas características, podem-se identificar mudanças bem acentuadas entre as duas culturas. Enquanto os brasileiros são mais despojados e simples, os alemães são mais detalhistas e preocupados. Para se trabalhar em um ambiente harmônico, as pessoas precisam respeitar os costumes dos outros e talvez se adaptar a algumas mudanças.
Diante dos fatos mencionados, cabe analisar na prática todas essas afirmações e apurar se existem gargalos na gestão de brasileiros e alemães dentro da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.

Tabela 1: Diferenças Culturais Entre as Nacionalidades
Brasileiros                          Alemães
Não são pontuais                São Pontuais
Informais                              Formais
Flexíveis                              Inflexíveis
Não respeita prazos            Respeita prazos
Improvisam muito                Metódicos
Simpatia                              Falta de simpatia
Alegres                                Frios
Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelos autores.


CONCLUSÃO


Com o término do trabalho foi possível concluir o quão importante é para as empresas o processo de negociação distinta entre dois ambientes, mas principalmente por características particulares de seus estilos de comportamento, envolvendo nesta análise uma serie infindável de fatores e aspectos que compõem o que poderíamos classificar como cultura internacional.
Conhecer as forças e fraquezas, dominar as informações sobre as oportunidades e ameaças do mercado e especialmente conhecer as práticas de como negociar, levam a empresa a ser bem sucedida em suas negociações.

Referências

CARNIER, Luiz Roberto. Marketing Internacional para Brasileiros, 3 ed.São Paulo, Aduaneiras, 1996.

CASTRO, José Augusto de. Exportação: Aspectos Práticos e Operacionais. 4.ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: Acesso em: 12 set. 2009.

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Disponível em:
Acesso em: 12 de setembro de 2009.

Editado e elaborado por: Edison Franco.